quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Entrevista - Professoras

Para compreender o sistema atual aplicado na área da educação, foi realizada uma entrevista com professoras que compartilham um pouco de seus pensamentos e experiências. 

Há diversos relatos de dificuldades que o professor enfrenta em sala de aula principalmente no que diz respeito à indisciplina. Você acha que existe uma fórmula para adequar os alunos em situações de desrespeito na sala?

Professora que atua há mais de 20 anos na área da educação
Muita coisa mudou, a indisciplina aumentou muito por conta da desestruturação familiar, pois, se o aluno é indisciplinado em casa isso reflete dentro da escola.
Na escola o aluno está num ambiente em que se o professor souber trabalhar direitinho a questão da diversidade, através das aulas e do contato com pessoas diferentes do que está acostumado, com religiões diferentes da sua, o aluno já se prepara para a vida social.
Se professor souber trabalhar tudo isso, o aluno não só vai respeitar os colegas, mas, também vai saber o seu papel e tudo vai fluir naturalmente inclusive a disciplina, o respeito pelo professor. O aluno vai respeitar e reconhecer o espaço do outro.
Eu tive uma briga tão feia com um aluno meu em sala de aula, pois eu estava querendo passar o conteúdo e ele não ficava quieto, era uma sexta-feira, e ele não parava de brincar, eu já estava nervosa e nós discutimos, mas, eu gostava dele pra “caramba” e ele de mim, aí a gente discutiu, ele era mais velho que os outros alunos da sala e nós fomos embora magoados um com o outro. Eu passei o final de semana inteiro preocupada, nem dormi direito. Na segunda feira eu entrei na sala e falei com ele, o nome dele era Joel: Joel, você me desculpa eu fui muito rude com você, e ele me disse: Eu só te desculpo professora, se você me desculpar também.
Então, o professor tem que saber que ele erra também e saber assumir que errou, o aluno pode saber que o professor tem falhas também, qual o problema? Eu errei, assumi e ganhei ainda mais o respeito de toda a sala, que havia presenciado a briga.

Isso gera uma confiança, o nosso maior erro é achar que nós vamos plantar as nossas sementinhas e nós mesmos vamos colher! Quem vai colher esses frutos dificilmente será o professor e quando eu comecei eu brigava muito e discutia desnecessariamente, batia na mesma tecla minuto a minuto mas, hoje eu só planto as sementes.

Professora recente na área da educação
Penso que estamos atravessando uma nova era, a era da Tecnologia de ponta, aonde lampejos de informações chegam em fração de segundos ao alcance de nossas crianças, infelizmente são apenas lampejos como mencionei e nosso papel é transmitir as informações de forma coesa e completa. Logo, sofremos por estar diante dos olhos das crianças, um tanto defasados sobre as tecnologias, isso gera descontentamento e certa monotonia em sala de aula; neste momento as crianças põem em teste todo o saber e criatividade do professor, sendo indisciplinados, displicentes e até agressivos. Hoje com a mulher inserida no mercado de trabalho, a tarefa de educar os filhos ficou para os professores, e a autoridade deste docente é sempre questionada, por não haver laços consangüíneos. Nossa tarefa de formar cidadãos fica confusa para a criança, para os pais e até para nós docentes.
  
De acordo com a LDB Lei 10.639/2003 o ensino da História e Cultura Afro torna-se obrigatórios. A lei existe há 10 anos, porém, nota-se que há uma dificuldade para apresentar e trabalhar esse tema em sala de aula. A diversidade de etnia, religião e culturas em sala de aula é muito ampla e devemos preparar o aluno para lidar e respeitar essa multiculturalidade dentro e fora da escola. Você considera que está apto a preparar seus alunos para essa diversidade? 

Professora que atua há mais de 20 anos na área da educação
Na minha formação acadêmica, ainda não fui preparada, porém, o governo ofereceu durante esses 27 anos alguns cursos para atualização na área para que nos conseguíssemos trabalhar com alunos sobre o assunto, embora esses cursos em sua maioria não foram obrigatórios.
Se o professor quiser vai correr atrás e vai se preparar, pois, muitas vezes esses cursos são oferecidos fora do nosso horário de trabalho, mas, nem todos estão disponíveis para deixar suas obrigações e família para realizar uma atualização.
Sempre fiz cursos e isso em longo prazo me trouxe além da ampliação dos conhecimentos um retorno financeiro, pois, o estado tem apesar de defasado um plano de carreira.
O assunto não é fácil de introduzir em sala de aula, mas,não é impossível.
A questão da religiosidade, por exemplo, para apresentar e trabalhar o conteúdo em sala de aula nos deparamos com algumas dificuldades, a própria diversidade de religião cria um paradigma, uma certa barreira, os pais se opõe e os alunos não demonstram interesse algum.
O ensino religioso, por exemplo, não é uma disciplina obrigatória, é uma disciplina que apresentava filosofias de vida para que o aluno lá na frente pudesse se relacionar bem com as pessoas e na sociedade, não era voltada para a religião católica por exemplo mas, alguns pais não permitiam que seus filhos tivessem contato com essa aula, imaginando que isso pudesse de alguma forma influenciar a religião de batismo.

Professora recente na área da educação
Sim, apesar de ser um grande desafio e de termos poucos recursos disponíveis, bem como pouco embasamento teórico, fiz alguns cursos de extensão em Historia Africana e Afrobrasileira, o que me permite ter mais preparo, segurança e uma didática mais lúdica para as questões etnicorraciais. Faço parte de um coletivo de mulheres negras, o que me levou a ter maior conhecimento sobre nossa verdadeira historia, nossos heróis, princesas e a vida deste povo que ajudou a construir nosso país.

Umas das professoras além de trabalhar em escola pública, também atua em projetos sociais, e para finalizar expõe a sua visão em relação a diferença desses dois ambientes e como influenciam na vida do aluno.

Sobre sua experiência em Projeto social, você vê diferença de comportamento do aluno entre a escola (onde circula informações em diversas disciplinas) e a Instituição social em que atua (cercada por arte e cultura)? Se sim, quais?

Professora recente na área da educação
Atuo há mais de dez anos em instituições culturais, onde temos a certeza que o melhor aproveitamento em sala de aula se dá por parte de crianças inseridas em tais projetos, pois nestes espaços alternativos de ensino, eixos como cidadania, diversidade e etnia são relembrados e tratados às claras, sabendo que se nos preocuparmos em formar cidadãos críticos e conscientes, um mundo melhor estamos construindo.
Dentro de uma formação artística cultural podemos abordar temas muito mais instigantes a curiosidade de nossas crianças, facilitando a vida do professor de escola convencional.




sexta-feira, 22 de novembro de 2013

O Abandono das Escolas Públicas

As condições em que se encontram muitas escolas públicas são precárias, e essa realidade não está presente apenas nas regiões mais pobres e distantes das grandes metrópoles. É como uma epidemia que se alastra e mata uma das principais necessidades do nosso país, a educação.
É improvável que se dê continuidade ao processo educativo de socialização e humanização, se a política do Brasil continuar voltada aos interesses de políticos corruptos que para manipularem a população fecham os olhos ao desenvolvimento e ao futuro. Assistam ao vídeo e reflitam sobre o que podemos fazer como cidadãos e brasileiros perante deste triste cenário.

Veja a reportagem sobre condições precárias de escolas públicas. ABANDONO da Escola Pública. Jornal Hoje, Central Globo.com, 21 fev. 2012. Vídeo Disponível em: <https://docs.google.com/open?id=0B6RRGXoT7E0yYzBmNGRlNDYtZTZjYS00YzEzLWJiOWEtNjAwOTMwNzdjMGM2>. Acesso em: 26 março 2013.

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Tabela teórica: Vygotsky e Madalena Freire


VYGOTSKY
MADALENA FREIRE



QUEM FOI?
*Lev Semenovich Vygotsky;Russo; 1896-1934; Psicólogo
* Maria Madalena Costa Freire; brasileira;1946;       Pedagoga/formada na USP
* Arte-Educadora
* Iniciou graduação em medicina, mas graduou-se em direito; Doutorado em psicologia das artes, lecionou literatura, estética e história da arte e fundou um laboratório de psicologia
* Filha de Paulo Freire; Fortemente influenciada pela teoria freiriana; Uma das fundadoras da Escola da Vila e do centro de formação Espaço Pedagógico



PERÍODO HISTÓRICO
* Fim do século XIX
* Século XX



CONTRIBUIÇÃO NA EDUCAÇÃO
* Método de estudo que procura traçar a história do desenvolvimento das funções psicológicas, alinhando-as ao ambiente social, cultural e econômico de crescimento do sujeito.
Atua na educação infantil * Dedica-se desde 1981 à formação de educadores com grupos de reflexão e estudo
* Presta assessoria a instituições públicas e particulares                                                                                         



PENSAMENTO
* Acreditava que o desenvolvimento intelectual das crianças ocorre em função das interações sociais e condições de vida.
* Compreende que a aprendizagem é dada de forma coletiva, na qual há necessidade de interação entre educador e educando. Para essa pedagoga a busca do saber só se dá com rigor e sistematização da atividade.



FRASE
"O saber que não vem da experiência não é realmente saber".
"Quando se tira da criança a possibilidade de conhecer este ou aquele aspecto da realidade, na verdade se está alienando-a da sua capacidade de construir seu conhecimento".


Referências:

MACHADO, G.M. Vigotski. In: InFoEscola Biografias. Disponível em: <http://www.infoescola.com/biografias/vigotski/> Acesso em: 21 de Novembro de 2013

ROCHA, D. A. DE J et al. Madalena Freire (Dissertação). São Paulo: Universidade Cruzeiro do Sul Ciências Humanas e Sociais curso de Graduação em Pedagogia - Disponível em: <http://pt.scribd.com/doc/132081987/Trabalho-Montado-Madalena> Acesso em: 21 de Novembro de 2013.



terça-feira, 5 de novembro de 2013

MULHER... "O seu lugar é onde ela quiser"

TEXTO: BELEZA COM PÃO


Livro: Perifeminas - pág. 29

Ildslaine Mônica da Silva - Sharylaine 
MC desde 1986, é a primeira rapper a ter um registro em LP, militante, produtora cultural, arte educadora e ativista. Idealizadora dos projetos: “Rappers – Casa do Hip Hop” como espaço cultural e “Minas da Rima”. 
Contato: sharylainesil@hotmail.com


Elas vem e vão, multiplicando o pão. 
Ficam nuas, como todo o ser humano ao nascer, não pela manifestação da mais antiga profissão do mundo, mas pelo orgulho profundo de saber quem são, o que querem, quando querem, como querem, onde querem, onde chegar e ainda o prazer de libertarem seus pensamentos e sentimentos interiores. Revelam-se determinadas e prontas para desafios. Não porque não conseguissem ontem, antes de ontem, ou antes ainda, mas, sobretudo por que conquistaram e se permitem no hoje. 
Sim, conhecer o passado, entender o presente, visualizar o futuro. Reconhecem sua cidadania, percebem-se como agentes de sua própria existência na sociedade, sociedade dos “iguais”, “iguais, mesmo?”. “Todos são iguais”, assim diz a Constituição. 
Ativas, ativam sua veia cultural, possibilitando que seja utilizada como instrumento pra dizer: - “existimos!”, “por que não?”, “também podemos!”, “isto é exatamente o que penso”, “é disso que eu to falando!”. Enfim, mulheres que fazem a diferença doando seus conhecimentos e vivencias, contribuindo significativamente com o que move as pessoas, os grupos, as sociedades, as vaidades e o mundo, nas suas antigas e novas civilizações. 
Re-construir uma comum unidade é papel de todos; educação com equidade de gênero só é possível quando estamos juntos no objetivo, sem medição de força, mas com igualdade entre mulheres e homens, com a compreensão dos direitos e das responsabilidades. Esta pode ser uma forma possível de estabelecer a Cultura da Paz. 
Mulheres são fundamentais para fazer a diferença, possuem maior sensibilidade, e não porque tem o dom do acolhimento na maternidade, mas por ter olhar, sentido sexto, ferramentas importantes para a transformação, e para a elevação do respeito ao ser humano e do direito de ser humano. A indignação há de ser maior pela perda de uma vida do que a de um patrimônio. 
E por falar em patrimônio, alguém disse: “Eva enrolou Adão!”. Coitadinho tão “bobinho” se deixou levar pela sedução, pela beleza, pelo pão ou porque, diga-se de passagem, “mulher pode, destruir e construir o que quiser”, ou porque ele sabia que ela era mais forte que ele, “espertinho”! Ela o pegou pelo estômago: “maçã”; e ele a pegou pelo psicológico: “minha mulher”, tornando-a submissa, e, ao seu bel prazer, “patrimônio”, simplesmente trocada por um pedaço de terra, “o dote”, dizendo que ela era frágil e que ele seria o provedor. E foi. Conseguiu, para ainda nos dias atuais continuar tomando a decisão e com a reserva especial de cadeira cativa nos espaços de poder. 
Isso tudo está mudando, mudando aos poucos, o esqueleto familiar já mudou há tempos. Hoje acreditam mais em si mesmas, e estão aí, difundindo, disseminando, espalhando, expandindo, produzindo e propagando, deixando de ser invisíveis nos cenários, em meio ao costume, ao cultivo, ao folclore, à instrução, à lavoura, à lenda, aos mitos todos, sobre o saber, o novo e a tradição. 
Chega! Chega dessa historia de qual é o papel da mulher. 
Chega de discutir qual é o papel da mulher na sociedade. Se homem não tem papel, mulher também não tem. As mulheres já nascem com vários papéis por sua própria natureza e tem o direito à escolha, de decidir onde quer estar, pois contribuíram, contribuem e sempre contribuirão para o progresso. 
O lugar da mulher é em qualquer lugar que ela quiser.


MÚSICA: PAGU
Rita Lee



Mexo, remexo na inquisição
Só quem já morreu na fogueira
Sabe o que é ser carvão
Uh! Uh! Uh! Uh!

Eu sou pau pra toda obra
Deus dá asas à minha cobra
Hum! Hum! Hum! Hum!
Minha força não é bruta
Não sou freira
Nem sou puta

Porque nem toda feiticeira é corcunda
Nem toda brasileira é bunda
Meu peito não é de silicone
Sou mais macho
Que muito homem
Nem toda feiticeira é corcunda
Nem toda brasileira é bunda
Meu peito não é de silicone
Sou mais macho
Que muito homem...
Ratatá! Ratatá! Ratatá!
Taratá! Taratá!

Sou rainha do meu tanque
Sou Pagu indignada no palanque
Hanhan! Ah! Hanran!
Uh! Uh!

Fama de porra louca
Tudo bem!
Minha mãe é Maria Ninguém
Uh! Uh!
Não sou atriz
Modelo, dançarina
Meu buraco é mais em cima
Porque nem toda feiticeira é corcunda
Nem toda brasileira é bunda
Meu peito não é de silicone
Sou mais macho
Que muito homem
Nem toda feiticeira é corcunda
Nem toda brasileira é bunda
Meu peito não é de silicone
Sou mais macho
Que muito homem
Nem toda feiticeira é corcunda
Nem toda brasileira é bunda
Meu peito não é de silicone
Sou mais macho
Que muito homem
Ratatá! Ratatatá
Hiii! Ratatá
Taratá! Taratá!

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

MAPA CONCEITUAL

CULTURA E HUMANISMO





Referência:
ARANHA, Maria Lucia de Arruda. Filosofia da Educação. 3ª ed. São Paulo: Moderna, 2006





sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Alienação ou educação? O que realmente significa humanizar?

Humanizar a educação

Para tornar algo humano é necessário retornar às origens, conhecer a história e os princípios de todo ser e sua evolução. Entender as mudanças, os comportamentos, ou seja, entender a antropologia que é a ciência que estuda a humanidade.
Quando pensamos em humanizar o ser humano pela educação, imaginamos um processo de troca entre educadores e educandos. Essa inter-relação deve ser construída de forma atuante, pensante e crítica. O educador deve conhecer, entender e respeitar o entorno do aluno, para só então iniciar seus procedimentos pedagógicos.
Uma educação humanizada é capaz de emancipar o educando de uma alienação e levá-lo de encontro ao conhecimento transformador, para que se torne um cidadão consciente.
A civilização moderna tende a desumanizar o ser humano por conta do capitalismo, do imediatismo, do consumismo e até por conta da tecnologia, usando como desculpa a escassez do tempo.
É evidente a ocorrência da desumanização da educação nas classes menos favorecidas. Enquanto a classe dominante tem acesso a um ensino de qualidade, em escolas abastecidas de materiais e profissionais da educação que visam as conquistas da aprendizagem para um futuro promissor, a classe dominada só tem acesso a uma educação limitada e direcionada para servir aos propósitos daqueles que detém o poder.
Alienação ou educação? O que realmente significa humanizar?

Referência:


Aranha, Maria Lúcia de Arruda. Filosofia da Educação.  3ª edição, São Paulo, Moderna, 2006. Cap. 1, 2 e 3.